Jornada da Memória Lésbica – 24 de Agosto de 2019. Registros e manifesto

Este ano foi comemorado 50 anos da revolta de Stonewall, apesar de nunca mencionarem que foi uma insurreição 
iniciada por uma lésbica butch Drag King, a Stormé DeLarverie. Mas essa é a nossa história como mulheres e lésbicas?
Desde o surgimento do movimento lésbico nos anos 70, as lésbicas estiveram divergindo com o movimento e cultura gay, ligados à masculinidade, protagonizado por homens e na reivindicação de inserção no sistema patriarcal, suas instituições e estruturas como Estado, Capitalismo, família, casamento, militarismo, prostituição, pornografia, pedofilia… que oprimem a classe mulher profundamente.
Qual é a nossa história e cultura, como LÉSBICAS? 
O mundo dos homens não nos representa. Lésbicas vieram se separando do movimento gay, hoje renomeado LGBT/queer, nomes que falseam nossa realidade, pois não significam que realmente fazemos parte disso ou somos contempladas nele, e que nos diluem, diminuem e desaparecem em uma “Diversidade Sexual” amorfa. Na verdade os movimentos LGBT são misóginos, falocêntricos e centrados no sexo masculino.
A Lesbiandade é mais do que uma orientação ou prática sexual, é uma ruptura com a civilização masculina e proposta politica e ética de um modo de vida rebelde e crítico ao sistema, suas opressões raciais, de classe, sexuais, especistas e ecocidas. A dominação masculina consiste em uma necropolítica que vem sufocando e aniquilando a planeta Terra e suas formas de vida.
 
A lesbiandade é a recuperação dos laços entre mulheres, é priorizar e amar mulheres num mundo que odeia, explora e violenta  mulheres. Esta potência política não pode ser esvaziada em meros pedidos por tolerância e migalhas cedidas pelo Patriarcado-Capitalismo.
A intenção da Jornada da Memória Lésbica é recuperar nossas memórias de resistência e rebeldia, resgatando nossa verdadeira história e raízes como mulheres e os legados deixados à nós pelas sapatonas que nos antecederam, recuperando a potência radical da existência lésbica.

Como viveram e lutaram as lésbicas antes de nós? Como sobreviveram à ditadura militar brasileira? Quais foram as experiências de rebeldia que podem nos transmitir para ajudar na resistência em tempos de fascismo? Qual o caráter do nosso movimento político?

 
Lesbiandade é uma ação direta contra a classe dos homens.
Heterossexualidade é um regime político!

————————-

———————————————————————————————-

A Jornada trouxe a exibição dos filmes da Rita Moreira – o recente “Ti Grace Atkinson – uma Biografia de Ideias” sobre a feminista radical Ti Grace, e Lesbianismo/Feminismo seu vídeo realizado nos anos 70 sobre o movimento de lésbicas nos EUA. Contou com a presença de Rita Moreira, Maria Angélica Lemos e Formiga debatendo a história lésbica. Rolou sarau e shows com Crua, Raposarte e discotecagem com Natacha Orestes.
Pode ser visto mais do trabalho de divulgação no instagram: @memoria.lesbica
Aqui vão algumas fotos! Afinal… memória lésbika!

….

Comments are closed.