Saudações humanas…

“Bem -vindas …………… .

Sabe, eu sou lésbica há 30 anos. Eu me assumi quando tinha 21 anos, e em uma semana faço 51.

Vocês sabem do que a comunidade lésbica precisa?

Nós precisamos de um fórum cultural. Nós precisamos de um lugar na natureza, onde possamos ir e fazer o que fazemos melhor, que é celebrar a Mãe, celebrar umas as outras, amar umas as outras, falar de nossas vaginas, falar de nosso sangue, falar de nossas crianças, falar de nossas netas/os, falar da Mãe Terra, falar sobre consciência lésbica. E nos juntarmos e usar nosso poder enquanto mulheres para avançar nossa causa e nossa jornada.

Nós estivemos tão presas nessa conversa de identidade de gênero, e quem é realmente mulher, quem pode ser mulher e quem… Sabe, nós tivemos que lutar e gastamos muito tempo pontuando/dizendo algo que não tem como ser pontuado.

Por que deveríamos considerar tanto questões sobre identidade sexual, de gênero, masculina? ..Num momento em que nossos restaurantes estão sendo fechados, as estruturas educacionais que construímos, nossas organizações,…

Isso não é progresso. Quando a cultura e a identidade lésbica estão sendo diminuídas e nós não podemos dizer que somos mulheres, nós não podemos celebrar nossos seios, nossas vaginas, nosso sangue e nós estamos sendo barradas/excluidas na mídia, nas nossas comunidades. Isso é opressão.

Então o que pessoas oprimidas fazem? Não se dá a eles essa atenção, o que fazemos é dar a nós nossa atenção, dar às nossas causas nossa atenção, dar a nossa sexualidade nossa atenção, dar nosso cuidado.. Nós estamos ficando velhas, algumas estão tendo bebês, sabe, estamos em diferentes fases da nossa vida. Somos masculinas, somos femininas, somos andróginas, somos muitas coisas, mas somos mulheres e somos lésbicas e precisamos nos juntar. Temos que perceber o tempo nesse planeta, a divindade está nos chamando, a Mãe está nos chamando, esse planeta está em perigo, está sob o patriarcado e misógina há tanto tempo que estamos programas a brigar de uma forma.. Nós não… Nós temos uma inteligência entre mulheres e lésbicas que é muito mais abrangente do que o que esse planeta tem nos oferecer nesse momento. E eu imploro a nós mulheres que nos juntemos, usemos nossa babailá, nossa bruxaria, nossa ioruba, nossa medicina ancestral. Para que nós passamos fazer por nós o que sabemos que deve ser feito. É tempo pra isso. Esta na hora de todas as mulheres que amam mulheres se juntarem e dizerem a verdade sobre quem somos. ”

pippa fleming

(sem título) 3/11/09

calma mana

eu sei ki tá foda mas

nos somos sobreviventes de violência até o fim
são marcas ke tão no nosso corpo
se não ficar como trauma vai ficar no subconsciente
mas agente é bicho faz parte da natureza
então minha amiga agente pode se regenerar
pô meu mó vida sofrida
que agente carrega ancestralmente
mesmo como pessoa branca a caça as bruxas é uma grande prova
histórica da misoginia patriarcal europeia
as preta então é pesado demais  tem história de sequestro
colonização escravidão estupro misigenação na América
a nos carregamos isso
mas quero carregar como argumento antipatriarcal e transformar a dor
que eles infligiram sobre nossos corpos em luta
porque não queremos mais ser servas, nem esposas nem escravas
queremos viver como lésbikas punkAs sem pátria nem patrão
minha mátria é onde tiver mulheres
então me ligo a não pelo território ou pela língua
mas pela sororidade
é muito importante agente adquirir autonomia

pra nossas namoradas

e amigas não serem nossas mães igual você falou
mas agente é irmã e também como forma de carinho
e não de dependência
queremos ser cuidadas
agente precisa sair do isolamento que a grande metrópole impõe
e pra se fortalecer e superviver construir uma comunidade afetiva
na moral
o patriarcado acabou com minha relação
porque me machucou a vida toda
eu machuquei ela
e o patriarcdao machucou ela
e agente não consegue mais
compartilhar prazer
porque agente é ferida viva
eu me cobri de palhas então quase ninguém vê
as chagas abertas
mas quando agente vai dormir eu
preciso tirar
e ela me vê como sou
e começo a contar piadas pra ver seu sorrisso
iluminar a escuridão do quarto
dai eu começo a falar de tudo que me apaixona
pra ela saber que sou capaz de amar
mas elas ardem
já a minha linda
não consegue se esconder tá doendo e pronto
tava doendo tanto que quando que abracei
ela
sentiu tudo dolorido
eu sonhei ter um amor eterno
como pede a propriedade privada patriarcal

essa tristeza ki eu tô sentindo vem dai do sistema

mas ai na real
somos bruxas
tenho uma matriarca preta dentro de mim
é minha ancestral
ela me guia ilumina minha caminhada
em busca de rodas
onde eu possa sentir a essência do tribal
e nunca deixa eu cortar os pulsos

a vida do planeta ki está aqui e bilhões de anos
é mutável

a vida é tipo igual a roda de capoeira angola
saca
tem começo meio e fim
é isso mesmo
sou amazona em fúria
e o amor mais longo que eu posso ter é
o amor próprio é me cuidando que cuido da minha comunidade
amor próprio é espada e escudo

meu e da sororodade
eu vi vc tão feliz no rolê das sapatão

seus olhos brilhavam em vários momentos

eu curti muito também

eu sem querer fiz elas rirem
e descobri dores incomum
acho que se pá é assim que eu vou curar
a solidão lésbika
não dentro de um casamento mas na coletividade com as irmãs
da hora quero continuar
e se pá estender pra fazer
contra-cultura lésbika
pra gente ter mais e mais espaços de socialização antimercantilista
valeu mana
sapatão é noiz
por FORMIGA

livreto EU-LESBIKA por FORMIGA

EU-LÉBIKA é um livreto de poesias, que inspirado da ideia faça você mesma tem formato de fanzine. São 14 poesias de sobrevivência favelada, uma KOR-pa miscigenada que só consegue resistir reivindicando negritude por de rebeldia afropunk, na qual o pogo é a própria ginga. Em nome de uma sororidade feminista gravada em memória afetiva, denuncia mazelas sofrida por mulheres-irmãs. Ousando vociferar nas ruas a paixão lésbica, além de um ato de profundo ginoafeto e desmisogizanação, é uma ação direta antipatriarcal. Vem afirmar por meio das rimas, como um tambor-coração conectado com a ancestralidade, que o pessoal é político!

(resenha por formiga)
manas
próximos lançamentos: Feira do livro anarquista de SP, Festival de Filme Anarquista e Punk de SP.
pontos de venda: festas desamélia, feyras limdas, círculo de reflexões lesbafeministas, contato direto com autora ou com a editora.Também se tiver interesse em adquirir, pode comentar nessa postagem ou escrever para heresia.lesbica@riseup.net
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Criando e Sustentando Espaços para Bio Lésbicas Butch

por Pippa Fleming

 
 
Cada ser humano que chegou a este mundo o fez por meio da vagina de uma mulher. Sem um útero nenhum de nós estariamos aqui. É o útero que nos faz únicas e houve um tempo em que este fato era reverenciado, celebrado e não vilificado. Desde que as guerras contra as antigas tribos de mulheres foi travada há milhares de anos atrás. identidade feminina foi e vem sendo rendida invisível. No núcleo desta invisibilidade estão patriarcado, misoginia, racismo, homofobia, guerra e ódio.
 
Como uma mulher Afro-Nativa eu carrego o legado da escravidão e genocídio na fibra dos meus ossos e é o chamado da minha vida prestar homenagem para as lutas das minhas ancestrais e nunca esquecer nosso Maafa. É meu dever contar a verdade sobre estupros, envenenamento, emprisionamentos, mortes e abusos de mulheres.  A vagina tem sido cobiçada e odiada durante eras .
 
Desde que a guerra contra as mulheres foi declarada, mulheres tiveram que lutar e sacrificar suas vidas para que outras pudessem; parir suas crianças em casa, andar pelas ruas em paz, ganhar mesmo salário, fazer amor com outra mulher, votar, ter propriedade e não ter que sentar no fundo do ônibus. É único para as mulheres sangrar pelas nossas vaginas e ter o poder de gerar vida se escolhemos. Esse poder divino é a razão pela qual você tem o Facebook como algo trivial ou transformacional.

Então porque quando Eu como uma lesbiana butch negra bio/cis quero criar um espaço separado para celebrar nossa identidade e reconhecer nossa herstória e lutas isso é visto como um ato de exclusão? Por que estou eu novamente sendo dita que mulheres Negras não podem se juntar e que há algo de errado com este desejo e necessidade? É um ato de revolução para lésbicas Negras dizer “nós queremos nosso espaço sem você”… seja lá quem você for. É algo também, e sempre esteve sendo desde que fomos trazidas aqui, ser visto como desacato as mulheres negras se reunirem. Era contra a lei em tempos de escravidão que pessoas Negras estarem sozinhas umas com as outras, a não ser que fosse como massa de manobra. Então isso quer dizer que eu sou uma merda duma escrava outra vez?

 
A comunidade LGBTQ é perigosamente culpada de empurrar patriarcado e misoginia goela abaixo das lésbicas mulheres identificadas butch com pouco análise histórico, social e político e é hora de parar com essa merda. Eu nunca entraria num espaço especificamente criado para homens gays Negros e esperar que eles acomodassem minhas questões e demandas que eu fui prestada atenção porque eu sou oprimida. Porque embraçar nossos únicos corpos femininos e identidades causam tanto incêndio na comunidade LGBT e por que criar espaços separados para este discurso significa que estamos tentando minimizar ou diminuir diferentes membros da comunidade de identidade LGBTQ? Nós precisamos criar espaços para solidariedade LGBTQ assim como, espaços para a diferença. Diferenças não deveriam ser a fonte de disputas, mas uma abundância de beleza que celebra a todxs nós.

É hora de parar de mentir para nós mesmas, as crianças não estão bem/certas e há muito diálogo que necessita ocorrer sobre quem somos nós em essa comunidade LGBTQ assim como quais nossas necessidades. É hora de sair dessa cultura de medo que norte-americanos tão profundamente sofrem e por meio da qual funcionam. Um novo dia e tempo está sobre nós todas e estamos sendo pedidas para mover-nos e mudar ou sermos deixadas atrás na areia universal.

não é nosso papel educar ninguém sobre nossa opressão

“As mulheres de hoje ainda estão sendo chamadas a atravessar a fenda da ignorância masculina e educar os homens sobre nossas existências e nossas necessidades. Essa é uma ferramenta velha e arcaica usada por todos os opressores para manter as oprimidas ocupadas com as preocupações do senhor. Agora temos ouvido que é tarefa das mulheres de Cor educar mulheres brancas – frente à tremenda resistência – sobre nossa existência, nossas diferenças, e nossos respectivos papéis em nossa sobrevivência conjunta. Isso é um desvio de energias e uma trágica repetição do pensamento racista patriarcal (…) como Adrienne Rich afirmou em uma palestra recentemente, as feministas brancas empenharam-se enormemente em educar-se sobre elas mesmas nos últimos dez anos, então como não se educaram também sobre mulheres Negras e as diferenças entre nós – brancas e Negras – quando isso é a chave para nossa sobrevivência enquanto movimento?.”

– Audre Lorde, as ferramentas do mestre nunca vão desmantelar a casa grande

Breve Resenha de Algumas Teorias Lésbicas, Jules Falquet

Tradução de texto de Jules Falquet, feminista lésbica francesa, que faz um recorrido pelas teorias e histórias lésbicas, traçando um panorama geral de como foi o desenvolvimento das idéias e pensamento lésbico.

Baixe breve resenha teorias lesbicas – jules falquet

baixe a versão fanzine em apoiamutua.milharal.org

lésbika antiestétika

Ela cola, Ela olha, Ela bate um flash, Ela ocupa teu abandono e transforma em squat
Ela é mudança, Ela ri, Ela quer assumir, quer amar, quer beijar quer o preconceito abolir
ELA abranda, ELA é anti moda, Ela é quem capaz, Ela é punk, Ela é rap, Ela é guerrilheira da pazEla é manax, Ela é ación directa, Ela é capoeira,Ela é revolución, Ela é mente fecunda, Ela é antissexista,roda o globo, pedala na pista, Ela é…

Ela é negra na cor raspou o cabelo, Ela é autoestima

em frente ao espelho, Ela é…

Ela é Frida , Ela é Angela Davis, ela é Valerie Solanas,

faz prosa, faz verso, Ela é fortaleza,

Ela é Amazona, Ela é memória viva, Ela é sutil, no

Verso exposto ela tem franqueza, sua ginga é

vera

destreza, Ela é…

Vai que vai!… Lésbika antiestétika

Lésbika antiestétika já rimou

Ela é poétika revolucionou

Antiestétika o mito da beleza destruiu

Vai que vai!… Lésbika antiestétika

Lésbika antiestétika

Seu abraço feminista é acolhedor

na denuncia anti machista sua voz é amplificador

“Ela é Banto, é Nagô, é Iorubá”, Ela é anti heteroNORMATIVA, vai te
escrachar

Ela rima, Ela decora, Ela berra, Ela cria, Ela não bebe e ser livre de
drogas propaga, Ela…

E a resistencia não acaba… lesbianidade É REBELDIA também…

ela vai mais além

Ei DJ “dead men don´t rape”, que Ela é mudança, Ela ri, Ela quer

assumir, quer beijar, quer amar,

Quer a lesbofobia abolir … “Ela é zica na cena”, Ela é poliamor

“Ela é ie ie ie ie, ou ou ou ou”…

Movimento P I N T O C O R E ela é skateboard. Ela está compondo

uma canção porém Ela é Rebel Girl, Ela é ms. 45

hein?! Ela é cheia de marra também já viveu, já

sofreu o heteropatriarcado racista na pele… tem parceria na ZN, ZS, ZO
América Latina, ABC e ZL…

Podia me apaixonar…

Ela batuca e protesta, Ela é quem forma a ciranda e DE MÃOS DADAS com a
irmandade

ilumina o breu,

Sororidade é noiz valeu…. ooo MANAXS QUE fortaleceu…

Críticas de uma guerreira Black, é a feminista radical is back, vai

vendo mulequA, Ela é capaz

de deixar os pelos do suvaco crescer e não voltar atrás, Ela é…

Vai que vai…! Lésbika antiestétika

Lésbika antiestétika já rimou

Ela é poética revolucionoau

Antiestétika o mito da beleza destruiu

Vai que vai!… Lésbika antiestétika

Lésbika antiestétika…

Lésbika antiestétika já rimou

Ela é poétika revolucionou

Antiestétika o mito da beleza destruiu

Vai que vai!… Lésbika antiestétika

Lésbika antiestétika…

(Lésbika Antiestétika é uma versão poética da música Mulher Elétrica dos Racionais Mc´s).

 

FORMIGA