13 de outubro – Dia das Rebeldias Lésbicas, Memória das raízes lesbofeministas na Latinoamérica/Abya Yala.
Por Jan R.
13 de outubro – Dia das Rebeldias Lésbicas, Memória das raízes lesbofeministas na Latinoamérica/Abya Yala.
Por Jan R.
Vídeo realizado em 2006 para celebrar o 1o dia das Rebeldias Lésbicas, em 13 de Outubro, data de visibilidade das lutas lésbicas-feministas em toda Abya Yala, feito logo após o encontro lésbico que lançou o dia de lutas. É inspirador por mostrar genealogias de pensamento e luta lésbica. Temos crítica à Butler e outras mais faltaram, vamos tentar complementar assim como mais mulheres negras. “As sequências são uma visão pessoal da razão de ser e trabalhar desde o feminismo. Também é uma explicitação dos referentes de formação política lesbo-feminista que tive.”
realizado por Alejandra Aravena, Radio Numero Critico
“Me desnudam com sordícia
Me silenciam com sangue
Deformam meu corpo
Extirpam meu prazer.
Com suas migalhas me educam para servir-lhes.
Ainda escrava, atada às penas de minha terra,
Libero meus mares para sanar-me.
Expulsa de seu paraíso
Como deusa me violaram
Como sábia me queimaram
Como lutadora me torturaram.
Ser mulher não me basta…
Ser lesbiana não é suficiente…
Foi etiquetada, classificada e analisada
cada parte de mim.
Ante suas navalhas ensanguentadas,
Suas escolas fechadas,
Suas cozinhas vazias,
Suas bombas assassinas… Cada átomo de meu ser vibra
Em saltos cada vez mais amplos,
Explodindo em uma reação em cadeia:
De vida, de alegria…
de REBELDIA.
Lésbicas inspiracionais citadas:
Virginia Woolf, Marguerite Yourcenar, Monique Wittig, Teresa de Laurentis, Judith Butler, Tsitsi Tiripano, Cherríe Moraga, Jill Johnston, Barbara Smith, Sheila Jeffreys, Audre Lorde, Adrienne Rich, Gloria Anzaldúa, Cheryl Clarke, Margarita Pisano, Juanita Ramos, Julieta Paredes, Rosangela Castro, Cecilia Riquelme, Mariana Pessah, Paulina Vera, Marlore Moran, Ochy Curiel, Chuy Tinoco, Yuderkys Espinosa Miñoso, Melissa Cardoza, Norma Mongrovejo, Jules Falquet, Ximena Bedregal, Yan María Yaoyólotl Castro, Doris Muñoz, Erika Montecinos, Claudia Acevedo, Jana Aravena, Jennifer Mella). “1o dia Internacional das Rebeldias Lésbicas, 2007
Agradecimento a todas
Com as que estive aprendendo, chorado, rido… crescido. E aquelas com as quais estou em desacordo.
Por todas nós… ”
…
Queremos acrescentar alguns nomes: Carol Ann Douglas, Denise Thompson, Betty McLelan, Susan Hawthorne, Celia Klitzinger, Ana Reis, Sarah Lucia Hoagland, Julia Penelope, Marilyn Frye, Jeffner Allen, Julie Bindel, Pat Parker, Linda Bellos, Margaret Sloan Hunter, Kathy Miriam, Angela Davis, Caryatis Cardea, Alice Walker, Lilian Faderman, Janice Raymond, Kate Millet, Christine Delphy, Stormé DeLarverie, Sonia Johnson, Rosely Roth, Miriam Martinho, Tania Navarro Swain, Bev Jo, RADICALESBIANS, Magdalen Berns, Andrea Franulic, Insu Jeka (Jessica Gamboa), Chrystos,
“O separatismo lésbico é nosso desejo de amar a nós mesmas e a outras lésbicas enquanto lésbicas. É um impulso vital de sobrevivência. Ao enfocar no amor e o cuidado pela vida das lésbicas, nós criamos um mundo de criaturas amorosas, onde há espaço para um Eu e um Outro de mulher. Para criar este mundo, conscientemente escolhemos viver num processo de separação dos indivíduos, instituições e forças internalizadas que odeiam e destróem as mulheres/lésbicas e todas as outras formas de vida do planeta. Nós nos separamos desses indivíduos, instituições e forças internalizadas (as injúrias insidiosas que jogam umas contras as outras) de todas as formas possíveis. E constantemente nos desafiamos a expandir estas formas possíveis… Não há um único modo de ser uma lésbica separatista ou de viver o separatismo lésbico (…) De qualquer maneira, enquanto estamos nos separando do heteropatriarcado, com menor ou maior sucesso, em diferentes áreas de nossas vidas, o importante é lembrar que permaneceremos num processo contínuo de união com outras lésbicas, criando comunidades que atendem às nossas necessidades. É certo que, às vezes, o que buscamos é nebuloso. Nós caminhamos do que sabemos para o que desejamos, assim é mais fácil definir do que estamos nos separando para onde estamos indo (…) O separatismo cria a possibilidade e o espaço vital para pensarmos assim.(…) Lésbicas são seres muito poderosos que podem criar, neste mundo, o mundo que imaginamos”. (Boletim Um Outro Olhar, nº 16 outono de 1992, p. 25)
Feminismo lésbico e o movimento de direitos dos gays: outra visão da supremacia masculina, outro separatismo” (1F), por Marilyn Frye, do livro “Políticas da Realidade: Ensaios sobre Teoria Feminista.”. Clique para ler e aqui para baixar pdf.
Então porque quando Eu como uma lesbiana butch negra bio
/cis quero criar um espaço separado para celebrar nossa identidade e reconhecer nossa herstória e lutas isso é visto como um ato de exclusão? Por que estou eu novamente sendo dita que mulheres Negras não podem se juntar e que há algo de errado com este desejo e necessidade? É um ato de revolução para lésbicas Negras dizer “nós queremos nosso espaço sem você”… seja lá quem você for. É algo também, e sempre esteve sendo desde que fomos trazidas aqui, ser visto como desacato as mulheres negras se reunirem. Era contra a lei em tempos de escravidão que pessoas Negras estarem sozinhas umas com as outras, a não ser que fosse como massa de manobra. Então isso quer dizer que eu sou uma merda duma escrava outra vez?É hora de parar de mentir para nós mesmas, as crianças não estão bem/certas e há muito diálogo que necessita ocorrer sobre quem somos nós em essa comunidade LGBTQ assim como quais nossas necessidades. É hora de sair dessa cultura de medo que norte-americanos tão profundamente sofrem e por meio da qual funcionam. Um novo dia e tempo está sobre nós todas e estamos sendo pedidas para mover-nos e mudar ou sermos deixadas atrás na areia universal.
Tradução de texto de Jules Falquet, feminista lésbica francesa, que faz um recorrido pelas teorias e histórias lésbicas, traçando um panorama geral de como foi o desenvolvimento das idéias e pensamento lésbico.