comunicacion desde la cárcel

Todas queremos um mundo que sintamos merecer em vez de padecer. Não suportamos mais esta ideologia global obrigatória do padecimento – “complementariedade” masculina. Queremos um mundo sem mais autoridade-propriedade que a própria. Um mundo onde todas possuam um conhecimento fundamental primordial: da onde viemos e para onde é importante chegar (A Nada)1… o que é uma intuição generalizada nas fêmeas, humanas e nas demais espécies, já tem nome, se faz mais concreto. Não sei quantas, e os números pouco me interessam; há como eu, com uma maldição-missão como a minha: ‘o fim dos tempos’. E para isso estou na investigação, redescobrimento de minha Divindade a nível essencial (espiritual o almático) molecular. Como misândrica poucas coisas me importam devido a masculinização de tudo, e na única reforma que creio, é a da fêmea dentro do monogênero sexual ou monossexismo.

Para muitas minha radicalidade, autonomia, ódio-coerência; que eu resumo em misandria; é absurdo, mais a mesição nada tem a ver com a democracia, e qualquer argumentação de que uma possibilidade outra ‘melhor’, ‘menos violenta’ é completamente cristã, embora aqueles que argumentam não se enterarem de seu sacrifício, do sacrifício do feminino da felicidade. Se isso mais além das palavras. Me disponho a fazer uma lista de 40 de meus desejos, por hora, agora que minha mente late tranquila…


(por astrid elena soto londoño, lésbica feminista atualmente sequestrada (presa) pelo estado colombiano, envia algumas comunicações para além dos muros de seu encerro. Esta é uma primeira tentativa de difusão de suas escrituras e de sua situação em língua portuguesa.)

[1] feminização do nihilismo

 

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